sábado, 1 de março de 2014

CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA GRECO-ROMANA PARA A PSICOLOGIA


CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA GRECO-ROMANA PARA A PSICOLOGIA


INTRODUÇÃO - Foi na Grécia antiga que ocorreram os primeiros passos sobre a questão psicológica, a partir das investigações filosóficas que levaram o homem a observar a si próprio, buscando a compreensão do seu próprio ser e sua relação com o mundo.
Mais precisamente, as primeiras incursões nas questões psicológicas ocorreram com o nascimento da Filosofia ocidental por volta do início do séc. V A.C., com o significado de amizade pelo saber e definindo o pensamento racional por característica. Tal fato se prende ao trabalho de sistematização e consolidação do pensamento primitivo e antigo da humanidade, efetuado, inicialmente pelos pré-socráticos e, posteriormente pela condução filosófica socrática e pós-socrática.
Historicamente, o surgimento da Filosofia na Grécia antiga foi motivado pelas descobertas marítimas, pelo registro abstrato das ideias com a invenção da escrita alfabética, pela abstração do tempo com a invenção do calendário, pela forma de troca surgida com a invenção da moeda, com a ambientação estabelecida com o surgimento da vida urbana. Com a ética da Polis que propiciou a invenção da política surgindo às leis, o espaço público e a estimulação das ideias num pensamento coletivo.
É com essa filosofia que se define as bases e fundamentos conceituais acerca da ética, da pedagogia, da racionalidade, da técnica, da ciência, da arte, da cronologia, da política e da física e, inclusive, da psicologia.
É em razão dessa contribuição da Filosofia antiga, notadamente a greco-romana, que o presente estudo se realiza, procurando destacar de que forma os pensadores e filósofos da antiguidade, propuseram, por meio de suas investigações, as bases para a ciência psicológica.
Justifica-se a realização do presente trabalho a necessidade de se encontrar as raízes do pensamento humano, especificamente das questões psicológicas que transitam na existência humana, bem como pela determinação de pensadores que buscando respostas para as questões mais íntimas do indivíduo, se voltaram para a necessidade da compreensão da vida e do mundo.
Objetiva, portanto, por meio de uma revisão da literatura destacar as contribuições formuladas pelos filósofos da antiguidade grega e helenística para a formação da ciência psicológica.
A metodologia aplicada no desenvolvimento da presente pesquisa de natureza exploratória, qualitativa e descritiva, embasada numa revisão bibliográfica e documental para alcance da dimensão da temática proposta.
Na primeira parte do trabalho procurou-se evidenciar a fonte do pensamento psicológico por meio da identificação de como se processou o processo instaurador da filosofia, procedendo a uma revisão que sinalize os antecedentes ocorridos na antiguidade até o florescimento dos primeiros pensamentos filosóficos destinados às questões psicológicas. Em abordar-se-á a filosofia pré-socrática, socrática e pós-socrática até o advento da filosofia helenística e pagã com a penetração do Cristianismo.

A PSICOLOGIA NA FILOSOFIA GREGA: Antecedentes históricos - O começo da filosofia e da ciência teórica no mundo, conforme registrado por Souza (1978), Russel (2002) e Aranha e Martins (1994), é marcado pelo confronto de duas correntes de pensamento sinalizadas pela oposição Oriente-Grécia.
De um lado, o pensamento orientalista reivindicando para si a criação da sabedoria que foi herdada e desenvolvida posteriormente pelos gregos; de outro, o pensamento ocidentalista propondo o nascimento da filosofia e da ciência teórica entre os gregos.
Registram Padovani e Castagnola (1978, p. 26) que:
É comum, pois, que os historiadores da Filosofia iniciem sua História sempre por Tales de Mileto. Não que eles ignorem a longa pré-história, o extensíssimo período pré-filosófico no qual germinava a Filosofia para empós abrolhar, depois de lenta fermentação intelectual, que vem desde o fundo dos séculos. Mas é que os documentos epigráficos das civilizações mesopotâmicas v. g. são mui raros e de acesso mui difícil. E porque a documentação sobre os povos selvagem nada nos dizem sobre o que tenha sido a Grécia primitiva.
Sob esse aspecto, os autores designam nos contextos históricos como antecedentes filosóficos o pensamento indiano e bramânico e suas ligações religiosas com o jainismo, budismo, até a introdução do pensamento grego.
Também Myers (2006), Chauí (2002) e Chauí (2002b) admitem a existência de conduções filosóficas e de sabedoria entre os chineses, hindus, japoneses, árabes, persas, hebreus, africanos e índios.
No dizer de Myers (2006), Buda na Índia observou como as sensações e percepções se uniam para formar ideias; Confúcio na China destacou o poder das ideias e de uma mente esclarecida; as escrituras hebraicas de Israel antigo já falavam da relação mente e emoção ao corpo e que sentiam com as entranhas e pensavam com o coração, entre outras.
Tais conduções dão conta que havia antes dos gregos um pensamento filosófico, porém disperso, fato esse registrado por Reali e Anteseri (1990) e Marcondes (1998), assinalando que foram os gregos quem consolidaram o que havia de pulverizado entre os eventos míticos e poéticos.
Discussões à parte, o que se pode retirar das controvérsias da pesquisa histórica, fica registrado que para o Ocidente a Filosofia e a Ciência teórica surgem na Grécia antiga no período alexandrino ou helenístico por volta dos séculos V e IV a. C.
Noutra observação, Bock (1991) registra que no período compreendido a partir do século VII A.C., deu-se o momento áureo do pensamento humano entre os gregos. Tal fato se deu com o desenvolvimento ocorrido na Grécia, possibilitando que esse povo tivesse entre as suas ocupações, as discussões filosóficas e artísticas.
É o que reforça Souza (1978, p, 6) ao mencionar que:
Embora o início histórico da filosofia e da ciência teórica ainda contenha pontos controversos e continue um problema aberto – na dependência inclusive de novas descobertas arqueológicas -, a grande maioria dos historiadores tende hoje a admitir que somente com os gregos começa a audácia e a aventura expressas numa teoria. Às conquistas esparsas e assistemáticas da ciência empírica e pragmática dos orientais, os gregos do séc. VI a. C., contrapõem a busca de uma unidade de compreensão racional, que organiza, integra e dinamiza os conhecimentos.
Em conformidade com o autor mencionado, é exatamente nesse período que se desenvolve unidade de uma compreensão racional, resultado de um longo processo cultural que convergiu com o desenvolvimento social, econômico, político e geográfico que proporcionaram o nascimento do que se convenciona chamar de milagre grego.
Assim sendo, assinala Chauí (2002, p. 20) que: “A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem das coisas do mundo e de suas transformações e do próprio pensamento, é um fato tipicamente grego”.
Também assinalam Castro e Landeira-Fernandez (2011, p. 8) que: “[...] a cultura grega antiga serve como um marco na fundação do pensamento ocidental. É a partir desta civilização que surgem observações mais sistemáticas sobre estrutura e funcionamento do corpo, da mente e a relação entre estas duas entidades”.
O cenário desse período era envolto num clima de predominância politeísta com vigência da mitologia grega. E é exatamente aí que se posiciona por uma consolidação do pensamento filosófico e científico teórico pelos grandes pensadores gregos. Além disso, é nesse período que aparece o termo grego psyché embasando a significação da Psicologia, como razão da alma, permitindo o entendimento do seu significado como estudo da alma. Merece, então, destacar com base em Hirschberger (1965), Bock (1991), Frias (2004) e Gusmão (2014) que, entre os gregos, o termo alma traduzia a concepção da parte interior e imaterial do homem, abarcando seus sentimentos, pensamentos, emoções, percepções, sensações, racionalidade, desejo, entre outras. Com isso, há de se registrar que a mitologia grega, conforme Cotrim (2006) vai contribuir com a Psicologia de diversas formas, entre elas, a saga de Édipo, encenada pelo dramaturgo grego Sófocles (496-406 A.C.), embasando, por exemplo, a ideia de Complexo de Édipo do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939), ao reelaborar o mito grego ao transformá-lo em elemento fundamental de sua teoria.
Cortes (2014) vai encontrar o mesmo embasamento nessa mitologia nas fontes simbólicas da Psicologia Analítica de Carl Jung, bem como Berbel (2014) vai desenvolver estudos psicológicos acerca dos mitos gregos como arquetípicos.
Já Braz (2005) vai desenvolver estudos psicológicos acerca do amor efetuando uma releitura da mitologia greco-romana.
Na literatura se encontra inumeráveis estudos acadêmicos voltados para a identificação de conduções psicológicas flagradas nas narrativas oriundas da mitologia grega.
A esse respeito acrescenta Chauí (2002, p. 27) que:
[...] os dois maiores formadores da cultura grega antiga, os poetas Homero e Hesíodo, encontraram nos mitos e nas religiões dos povos orientais, bem como nas culturas que precederam a grega, os elementos para elaborar a mitologia grega, que, depois, seria transformada racionalmente pelos filósofos.
Com isso, observa a autora que o poeta era tido na época como um escolhido dos deuses, criando mitos como o de Eros, Prometeu, Pandora, entre outros, que vão metaforizar a realidade e perdurar por milênios até o presente, por denotarem os anseios e desejos humanos.
Também registra Souza (1978, p. 8) que: [...] em poesia o homem grego canta o declínio das arcaicas formas de viver ou pensar, enquanto prepara o futuro advento da era científica e filosófica que a Grécia conhecerá a partir do séc. VI a. C.”.
Contudo, numa revisão aprofundada da literatura encontram-se registros de que os temas que envolvem a mente e o corpo surgem no cenário antigo por meio do pensamento filosófico que emergiu entre os gregos antigos por volta de 1.200 e 800 A.C., a partir da obra homérica.
Foi com o conhecimento das obras A Ilíada e A Odisseia do poeta grego Homero (928 A.C.-898 A.C.), datadas entre o final do século VIII A.C., e inicio do século VII A.C., que se sabe acerca dos costumes religiosos, práticas políticas, hábitos sociais e crenças por meio das narrativas que envolvem a estrutura cultural e social daquela época, definindo os conceitos de saúde e enfermidade, bem como da relação da alma, mente e corpo.
Nesse sentido, para Silva (2007, p. 122), a literatura homérica representa:
A voz de Homero não é a voz particular de um poeta, mas a voz de uma cultura, de uma sociedade, diferente da voz do Deus cristão apreendida como única e definitiva, logo inalterável. Enfim, nesse aspecto, consideramos Homero como o inaugurador da tradição épica da qual participamos. Falar dele corresponde a tentar demonstrar, em palavras, o que vem a ser o momento inaugural da nossa literatura.
Em vista disso, a Ilíada, segundo Schuler (2004), além de ser um poema épico, narrando os acontecimentos que se sucederam durante a Guerra de Tróia, bem como os relatos acerca do comportamento, da vida cotidiana e da cultura grega.
Já a Odisseia, no dizer de Carlier (2008), retrata o retorno dos gregos de Tróia para a Grécia, narrando às emoções, comportamento, pensamentos, atitudes e ações de Odisseu no enfrentamento dos revezes por vários anos de luta para retornar à sua cidade natal. Além de Homero, conforme Chauí (2002) e Chauí (2002b), outros poetas contribuíram para o desenvolvimento do pensamento filosófico grego, a exemplo de Arquíloco, Teógnis e Píndaro, exprimindo sentimentos de que o mundo é tecido por repetições e mudanças intermináveis.
Merece destaque a observação de Souza (1978) e Castro e Landeira-Fernandez (2011) de que o corpo era visto nessa época como um aglomerado de membros que se representavam pelo ritmo dos seus movimentos e pela força da musculatura. Em virtude disso, observa-se que os gregos desse período não possuíam uma concepção unitária da vida psíquica, contudo, a obra homérica está permeada de sinalizações da vida mental humana, por meio dos afetos e sentimentos, pensamentos, ânimos, emoções, comportamentos, intuições, suposições, conhecimentos, inteligência, ímpetos e arrebatamentos, sem distinção entre os órgãos humanos e o processo psíquico. Dessa forma, em conformidade com Castro e Landeira-Fernandez (2011, p. 7): as questões que envolviam os debates acerca de corpo-mente ocorreram desde a antiguidade, assinalando que:
Essas questões, fundamentais nas ciências da mente contemporâneas, estiveram também presentes nas primeiras organizações antigas humanas. Desde os primórdios da humanidade e em diferentes civilizações antigas, como Egito, Mesopotâmia, Índia e China, observa-se a construção de diversas perspectivas acerca da relação mente-corpo, contemporâneas entre si e que refletem uma preocupação fundamental em compreender como ocorre a relação entre nossos corpos e os fenômenos mentais.E de maneira similar às civilizações supracitadas, nota-se também na Grécia antiga a existência de tais preocupações. Na verdade, nenhuma outra cultura antiga deixou marcas ainda tão presentes como a civilização grega. Pode-se afirmar que a base de todo pensamento ocidental moderno encontra suas origens nesta civilização.
Tem-se, pois, que a preocupação com o corpo e a mente não era privilégios dos pensadores gregos, mas de outras regiões do planeta. Entretanto, assinala Bock (1991, p. 22) que “É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma Psicologia”, sendo tal fato reiterado por Atkinson et al (2011).

A PSICOLOGIA NA FILOSOFIA GREGA: A filosofia pré-socrática - O primeiro período do pensamento grego, segundo Padovani e Castagnola (1978, p. 99), é identificado como aquele denominado por período naturalista que compreende as escolas jônica e eleata, sendo este período o de “[...] nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o período unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático [...]”.

ESCOLA JÔNICA - A primeira escola que se tem notícia, conforme Banes (2003), é a que se encontrava na cidade de Mileto, na Ásia Menor, denominada de escola Jônica.
Cotrim (2006), Gomes (2014) e Machado (2014) assinalam que os Jônios foram os primeiros filósofos gregos. Surgiram eles nas florescentes colônias gregas do litoral da Ásia Menor, a Jônia, e, em seguida, da Itália meridional, a Magna Grécia, quando surgiu o denominado milagre grego com o desenvolvimento das artes e política, a exemplo da democracia e da ciência, bem como do teatro, da música, da literatura e aperfeiçoamento das artes plásticas.
No dizer de Banes (2003) e Bunet (1994), que foi com essa escola que surgiu a exigência racional, embasada na doutrina filosófica do Hilozoísmo que defendia a ideia de que toda matéria universal é viva, identificando o cosmo como um organismo integrado material que possui as características da consciência, sensibilidade ou animação.
Foi nessa escola que surge o nome de Tales de Mileto (640 a 584 A.C.), considerado como o primeiro filósofo ocidental, fundador da Escola Jônica e considerado um dos sete sábios da Grécia, além de filósofo, astrônomo, matemático, político e comerciante. Ele, segundo Hirschberger (1965), é reconhecido como o herdeiro das inquietações e conhecimento dos antigos egípcios e babilônios.
A filosofia de Tales de Mileto, segundo Marcondes (1998), tentou corrigir as incorreções e falhas das filosofias anteriores, quando procurou realizar estudos sobre as funções dos órgãos sensoriais, os processos cerebrais e perturbações nos casos de lesões do cérebro.
Foi ele, conforme Pessanha (1978), quem admitiu ser a água a origem do universo, a substância primordial, trazendo por consequência a primeira visão de distanciamento entre as percepções e o pensamento racional. O seu teorema e a sua cosmologia está baseado no arché, ou seja, um só princípio, uma só coisa fundamental.
Inaugurando o período naturalista entre os jônios, Weate (1999), surge Anaximandro de Mileto (610 A.C.- 547 A.C.), defendendo a infinitude dos mundos numa perpétua inter-relação, identificando apeíron como o infinito em movimento perpétuo. Defendia também que os opostos são reciprocamente pagadores das injustiças cometidas, garantindo o processo de compensação dos excessos. O pensar para esse filósofo grego é poematizar, sendo o ser a maneira originária precedente da poesia, quando a linguagem se forma e atinge sua essência, uma vez que, para ele, a linguagem pode expressar tudo que se pensa claramente.
Também participou do período naturalista dos jônios, o filósofo Anaxímenes (588-524 A.C.), que era discípulo de Tales e defendia ser o ar a substância primária, o elemento básico físico e psíquico. Ele, segundo Bunet (1994), atribuiu vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, refutando ao mesmo tempo Tales e Anaximandro, afirmando que todas as coisas seriam produzidas através do duplo processo mecânico de rarefação e condensação do ar infinito, entendendo que a natureza do ar originário era antes determinada de maneira estranha, negativa, com relação à consciência. Tanto sua realidade, a água, ou também o ar, enquanto o infinito é um alem da consciência. Tanto Anaximandro quanto Anaxímenes atuaram como doxógrafos, ou seja, eles recolhiam e transcreviam as opiniões dos filósofos precedentes.

A ESCOLA PITAGÓRICA -  A escola pitagórica foi fundada pelo filósofo Pitágoras de Samos (571 A.C. – 497 A.C.), na colônia grega de Crotona, na Itália, Magna Grécia, depois transferida para Metaponto. Foi vista, no dizer de Spinelli (2014), como uma associação que reunia ciência, ética e política, com base nas ideias órficas e na concepção de que tudo é regulado segundo relações numéricas, fazendo conexão com práticas ascéticas e abstinências na sua confraria. Ele criou um sistema global de doutrinas, cuja finalidade era a de descobrir a harmonia que preside à constituição do cosmos e traçar, de acordo com ela, as regras da vida individual e do governo das cidades. No seu entendimento, as categorias biológicas (macho/fêmea), as oposições cosmológicas (à direita/ à esquerda – relativas ao movimento das estrelas fixas e ao dos astros errantes), as éticas (bem/mal), entre outras, seriam, na verdade, variações da oposição fundamental que determinaria a própria existência das unidades numéricas: a oposição do limite (peras) e do ilimitado (apeíron). O pensamento pitagórico exerceu profunda influência no platonismo e persiste no tempo até os dias atuais com tendências místico-religiosas e científico-racionais.
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras a invenção da palavra filosofia e, segundo Chauí (2002, p. 19) ele: “[...] teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos”, sendo, então, aquele que é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida, pelo desejo de saber.

A MEDICINA GREGA -  A medicina na Grécia era sacerdotal e, conforme Gomes (2014), “[...] Procurava-se a cura para a doença através da magia, poções benfazejas, feitiços, e vários tipos de aplicações e cirurgias”.
É nesse período que surge o filósofo e médico Alcmeón de Crotona (500 A.C. – 450 A.C.) que foi o primeiro a considerar que o cérebro era o centro de todas as sensações e sede da razão, da cognição e da sensação.
A esse respeito, assinala Gomes (2014, p. 18) que:
Foi Alcméon de Crotona, na Itália, em torno do século V a. C., o primeiro médico a basear seus conhecimentos sobre o corpo em observações objetivas. Ele organizou uma escola de medicina em sua cidade para substituir a medicina religiosa e mística por uma medicina racional. Alcméon acreditava que a relação entre saúde e doença estava no equilíbrio ou desequilíbrio dos sistemas corporais.
Em virtude disso, em conformidade com os estudos realizados por Reale (2002) e Frias (2004), foi esse médico e filósofo que influenciou Hipócrates, ao defender que o cérebro era o criador da mente humana, fazendo distinções entre os seres humanos e os animais, atribuindo ao homem ser o único animal a compreender, uma vez que os outros animais apenas percebiam.
Além disso, registra Reale (2002) que Alcmeón foi responsável pela suposição de que a percepção e a compreensão são processos distintos, propondo a existência de canais sensoriais que proporcionavam que as sensações chegassem até o cérebro, bem como foi ele quem apresentou os nervos ópticos como conectando os olhos ao cérebro e propôs a primeira doutrina médica do ocidente na relação entre doença e saúde.
O sucessor de Alcmeón foi Hipócrates (460- 377 a. C.) que, segundo Gomes (2014), iniciou suas atividades médicas na tradição religiosa, contudo as substituiu, posteriormente, por uma medicina racional, influenciado pelos filósofos de então, ou seja, dos jônios e pitagóricos.
A medicina de Hipócrates, segundo Gomes (2014, p. 23):
[...] baseava-se numa teoria dos humores, na qual o ser humano era descrito como formando um todo composto de quatro partes independentes que eram os quatro humores: o sangue, a fleuma (chamada também linfa ou pituíta), a bílis amarela, a bílis negra ou atrabílis, cada uma das quais relacionada a um órgão particular: o coração, o cérebro, o fígado e o baço. A saúde seria o resultado do equilíbrio dos humores. A medicina de Hipócrates assinalou o desempenho do cérebro no organismo e o reconheceu como a sede da inteligência. Também descreve as ramificações do cérebro com toda s as partes do corpo e o modo como recebe as informações dos diversos canais dos sentidos
Tem-se, portanto, que Hipócrates desenvolveu a arte da medicina, considerando o cérebro o centro da razão, afora outras especulações sobre a relação entre o corpo e a mente.
Registram Castro e Landeira-Fernandez (2011) que o conhecimento do Corpus Hippocraticum reuniu um conjunto de textos médicos, traziam as formas de pensar, além de discorrer sobre embriologia, fisiologia, patologia geral e ginecologia. Trata, também, acerca de distúrbios de movimento, incluindo tipos de paralisias, distúrbios na fala, uso de trepanação no tratamento de lesões cranianas, apresentando a doutrina humoral, segundo a qual, o corpo é composto por quatro humores: sangue, flegma, bile amarela e bile negra.
Observa-se, conforme anotado por Atkinson et al (2011, p. 5) que Hipócrates
[...] tinha profundo interesse na psicologia, o estudo das funções do organismo vivo e suas partes. Ele fez muitas observações importantes sobre como o cérebro controla vários órgãos do corpo. Essas observações prepararam as bases para o se tornou a perspectiva biológica na psicologia.
Tem-se, portanto, que para Hipócrates o cérebro é a sede do julgamento, das emoções e de todas as atividades do intelecto, assim como a causa dos transtornos neurológicos, tais como espasmos, convulsões e desordem da inteligência. Para ele a saúde estaria associada com a perfeita justa proporção destes humores, tanto qualitativa quanto quantitativamente, sendo resultado do isolamento de um dos humores em alguma região do corpo, desequilibrando seu funcionamento.

A ESCOLA DE ÉFESO – A escola de Éfeso surge com Heráclito (576-480 A.C.), cognominado Skoteinós, o Obscuro, com a concepção do mundo em movimento e considerando o fogo a essência do mundo e agente de mudanças.
No dizer de Marcondes (1998), por seu caráter altivo, desdenhoso e misantropo o fez desprezar a plebe, os filósofos do seu tempo, poetas e religiões, tornando-se um crítico implacável do seu tempo contra todas as ideias. Todavia, tratou em suas investigações acerca da percepção do sono, a lucidez, pensamento e conhecimento, bem como de aspectos biológicos, físicos, psicológicos, políticos e morais, além da astronomia.
Registra Banes (2003) que para ele a razão era tida como logos, ou seja, a unidade profunda que as oposições aparentes ocultam e sugerem por meio dos contrários, em todos os níveis da realidade, e que seriam aspectos inerentes a essa unidade, sendo, pois o vir a ser o elemento primordial, o perpétuo fluxo, a continuidade, tornando-se o precursor da dialética. Assim, defendia que as mudanças são a essência das coisas, sendo, para ele, a vida cambiante e que o movimento é a essência da evolução.

ESCOLA ATOMISTA - Essa escola foi influenciada pela escola naturalista desenvolvida pelo filósofo, poeta e médico Empédocles de Agrigento (495 - 435 A.C.) que foi um dos que estudaram os processos cognitivos no corpo. Para ele a água, a terra, o fogo e o ar eram os quatro elementos primordiais, defendendo o amor e o ódio como os princípios cosmogônicos, influenciando sobremaneira a visão médica a respeito dos entendimentos acerca da saúde e da enfermidade.
Encontra-se em Russel (2002) que ele também se debruçou sobre a fisiologia dos fenômenos sensoriais, entendendo que a percepção se deve à capacidade dos poros sensoriais captarem as emanações dos elementos primordiais identificados pelos objetos. A percepção visual se dava pela capacidade de seleção dos poros da visão, causando sensações de cores e luzes para percepção dos objetos, influenciando, assim, o pensamento da fisiologia sensorial. Para ele o sangue era sumamente importante para a produção dos pensamentos, uma vez que estes dependem da similaridade, identificando o pensar com o mesmo sentido de perceber. Para ele o pensamento se produz com a sensação, bem como todos os animais têm pensamentos, além de considerar que a inteligência cresce de acordo com os dados sensoriais do tempo presente. Sua filosofia estabeleceu um compromisso entre a doutrina eleática e o mundo dos sentidos, substituindo a busca dos jônicos de um único princípio das coisas para a totalidade da interpretação do universo nos quatro elementos. Entretanto, assinala Russel que a escola atomista surgiu no Iluminismo grego e teve como principal representante o filósofo e escritor Demócrito de Abdera (430-370 a. C.), que possuía o pensamento a partir da generalidade física de Leucipo, restabelecendo a importância do particular, que influenciou o indutivismo de Francis Bacon, defendendo a ideia das partículas indivisíveis, denominada por ele de átomos, explicando as percepções sensoriais ao postular que todas as variedades de matéria resultam da combinação de átomos de quatro elementos: terra, ar, fogo e água.
É com Demócrito que, segundo Souza (1978), surge o mecanicismo que distinguia dois tipos de conhecimento: o bastardo, que seria o conhecimento sensível a exprimir as disposições do sujeito antes da realidade objetiva; e o conhecimento legítimo, aquele que é a compreensão racional da organização interna das coisas. Assim, sua obra trata desde a Filosofia, passando por problemas da matemática, medicina, arte e estudos linguísticos, psicologia, metafísica e religião, embasando-se na intuição e na lógica, sendo, pois, o continuador dos antigos fisiocratas, contudo admitia um conhecimento da realidade absoluta, por meio da intelecção, refutando assim o relativismo cético de Protágoras. Pela sensação, o Homem obtinha o conhecimento relativo da realidade, sempre imperfeito e muitas vezes pessoal; mas, pela intelecção, e portanto, pelo pensamento, podia obter o conhecimento completo e perfeito. Sua teoria da percepção, ou melhor, sua gnosiologia, pois na realidade se trata de todo o mecanismo do conhecimento, não deixa dúvidas a respeito dessa posição. Para ele tudo se constitui de átomos, de maneira que o próprio pensamento não é outra coisa senão movimento atômico.

ELEATISMO OU ESCOLA DE ELEIA - O poeta, matemático e filósofo Parmênides de Eléia (530 A.C. - 460 A.C.), inaugura no período pré-socrático o pensamento metafísico, entendendo o mundo dos sentidos como ilusório. Segundo anotado por Weate (1999), defendia ele que os sentidos são limitados não revelando o mundo imutável, distinguindo dois tipos de conhecimento: o epistemológico, racional ou verdadeiro, e da opinião, ou doxa. Com isso, ele distingue o inteligível do sensível, opondo-se aos princípios numéricos dos pitagóricos, o imobilismo heracliteano e toda a filosofia jônica. Foi ele quem primeiro expôs o princípio de identidade e que para conhecer e entender os conteúdos das coisas se faz necessário pensar, considerando que conhecer o ser é conhecer a verdade, distinguindo a ciência como aquela construída na razão e que o ser depende do sentido, entendendo que para alcançar a verdade deverá se recorrer à razão, nunca aos dados empíricos. Considerava que a realidade só podia ser entendida através do pensamento e que o verdadeiro conhecimento requer que se desvencilhe dos sentidos, uma vez que, para ele, o verdadeiro não é percebido sensorialmente, mas pela razão e pensamento. Enfim, a sua teoria enfatiza que só existe o que pode ser pensado, a mente é a criadora de todas as coisas.
Zenão de Eleia (495 A.C. - 430 A.C.) foi discípulo de Parmênides e criou a dialética com o sentido de argumentação erística ou combativa, cultuando um raciocínio metafísico, especulativo, sob o aspecto dialético objetivo. Com isso aborda acerca do pensamento, raciocínio e inteligência, para formar o amálgama das suas ideias e por meio dos seus argumentos.

A ESCOLA SOFISTA - A sofística, conforme Padovani e Castagnola (1978), inaugura o segundo período do pensamento grego conhecido como sistemático, ocorrido por volta do séc. IV a. C., caracterizando-se como o aquele em que o espírito e o homem, a moral e a gnosiologia passam a vigorar pelas ideias dos pensadores.
Segundo Cotrim (2006, p. 91):
As lições dos sofistas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiram, enfim, todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.
A figura mais importante dessa escola é Protágoras de Abdera (490 - 415 A.C.), que se dedicou à descoberta do fundamento de todas as coisas, por meio de uma justificativa lógica e pelo questionamento da capacidade humana de conhecer a verdade e a lei moral. Desenvolveu estudos sobre a sensação e suas variações, bem como a relatividade do conhecimento.
É a partir do pensamento dos filósofos do Sofismo que se tem a mais ampla concepção da educação, tida como Paidéia, modelando a educação humana com a finalidade superando os privilégios de acessibilidade somente aos que possuíam sangue divino, como também a educação profissional que era vitalícia de pai pra filho, procurando impor a concepção total do homem, colocando o saber como a poderosa força espiritual para a formação dos homens. Estava embasada no poder da persuasão, da eloquência, da retórica, ensinando-se conteúdo enciclopédico que envolvia todo saber e a cultura com fins práticos. Encontra-se, portanto, que o objetivo da educação sofista era a formação do espírito, encerrando uma extraordinária multiplicidade de processos e de métodos, tornando-se, com isso, fundadores da ciência da educação, ao estabelecerem os fundamentos da pedagogia. Merece, assim, registrar que o sistema pedagógico estruturado pelos sofistas para a educação superior é seguida até a atualidade no mundo civilizado.
Por todo exposto, observou que a filosofia pré-socrática, conforme Atkinson et al (2011), Castro e Landeira-Fernandez (2011) e Gomes (2014b), discutiu a forma como o homem percebe e ver o mundo, sendo, pois, seus ensinamentos usados pela medicina baseada nas observações acerca da saúde, enfermidade e fisiologia humana, sistematizando um conhecimento sobre o corpo e sua relação com a mente, explorando ao mesmo tempo os aspectos biológicos, psicológicos por meio da filosofia que abordava questões sobre a localização do corpo e a atividade cognitiva. Foram esses filósofos que contribuíram para romper com a visão religiosa e mítica predominante na época, adotando uma forma de pensar racional e científica.
Tem-se, portanto, que os filósofos pré-socráticos demonstraram sua preocupação em efetivamente tratar acerca da definição do relacionamento entre o homem e o mundo por meio da percepção, este identificado como um dos processos psicológicos básicos. Além disso, foi nesse período que se deu a especulação sobre os processos cerebrais, as funções sensoriais e as perturbações acarretadas por lesões cerebrais.

O PENSAMENTO SOCRÁTICO - A Psicologia ganhou consistência com o filósofo grego Sócrates (469-399 A.C.), quando passou a se preocupar com a relação entre o homem e os animais, postulando ser a razão a principal característica humana, permitindo a sua sobreposição sobre os instintos e a irracionalidade. Foi com isso, segundo Aristófanes (1980), Xenofonte (1980) e Pessanha (1980), que ocorreu a sistematização filosófica que permitiu que surgissem as primeiras teorias da consciência. Com isso, ao valorizar o pensamento sofista, Sócrates definiu que a razão é a peculiaridade ou essência do ser humano, abrindo assim o caminho para exploração da investigação psicológica. Daí, segundo Gomes (2014), esse filosofo destacou que a principal característica do ser humano é a razão, uma vez que por ela é que se pode sobrepor ao instinto.
O método socrático, segundo Pessanha (1980), mantinha as mutações corroboradas pelo fluxo perpétuo das coisas e nas variações sensitivas nos indivíduos que se transformam ao longo da vida, substituindo o objeto da ciência do sensível para o inteligível por meio de um processo dialético indutivo que comparava a espécie, as diferenças, as qualidades e peculiaridades humanas, remontando o individuo à noção universal. Adotou o diálogo como forma de instrução, recorrendo-se à indução párea definição geral do objeto em estudo, denominando esse processo pedagógico de maiêutica com o significado de parturição das ideias por meio de engenhosa obstetrícia do espírito.
A sua filosofia é caracterizada pela introspecção e a sua psicologia foi professada ao distinguir as ordens do conhecimento em intelectual e sensitivo, identificando a vontade com a inteligência. Com isso é considerado o fundador da ciência em geral, limitando-se a sua filosofia à gnosiologia e à ética.

O PENSAMENTO DE PLATÃO E ARISTÓTELES-  Com o filósofo grego Platão (427-347 A.C.), então discípulo de Sócrates, ocorreu à definição da razão localizada no próprio corpo humano, mais precisamente na cabeça onde se localiza a alma humana e que a medula corresponderia à ligação do corpo à alma, sendo esta, portanto, separada do corpo. Entendia esse filósofo, segundo Zingano (2014), que a matéria ou corpo humano quando morria, ocorria o seu desaparecimento, enquanto a alma se tornaria livre e ocuparia outro corpo. Ele estudou os estados caracterizados como mania e sua discussão sobre as doenças da alma, entendendo que alma era imortal e concebida separadamente do corpo.
Em sua obra Timeu, Platão demonstrou em sua obra possuir conhecimento das obras hipocráticas, adotando o modelo da medicina para o desenvolvimento de certas ideias filosóficas. É, no dizer de Zingano (2014), a obra responsável por levar até a Idade Média as principais ideias pré-socráticas e hipocráticas referentes ao cérebro, ao corpo e, de forma geral, ao universo. Ao tomar posição claramente cefalocentrista, Platão favoreceu a divulgação de tal visão com seu prestígio.
Tanto Sócrates como Platão, segundo Myers (2006), viam a mente como algo separado do corpo e que continuava existindo após a morte, contudo enfatizavam as predisposições genéticas inatas e a gramática intuitiva como o conhecimento já existente em cada um dos seres humanos, contribuindo para a visão psicológica.
Já o filósofo grego Aristóteles (384-322 A.C.), era discípulo de Platão e contribuiu de forma inovadora para a Psicologia com suas postulações acerca da alma e do corpo, defendendo que os mesmos estavam ligados e não poderiam ser dissociados. Para ele, a psyché deve ser entendida como o princípio ativo da vida. Posicionando-se cardiocentrista, considerava o coração a sede da alma, do intelecto e das emoções.
Estudioso da biologia, Aristóteles, segundo Zingano (2014), advogava a ideia de todos os seres que crescem, se alimentam e se reproduzem são possuidores da alma, incluindo nessa condição tanto o homem como os animais e vegetais. Nesse caso, o homem possuía uma alma com racionalidade e com a função pensante, diferenciando a razão da sensação e da percepção. Assim, ele entendia que a alma era mortal e pertencia ao corpo humano.
Vê-se, portanto que Aristóteles é o autor do primeiro tratado acerca do tema psicológico e é considerado o pai da anatomia comparada, tendo sido o primeiro taxonomista e embriologista. . No seu tratado Da Alma, Aristóteles distinguiu as diferentes faculdades desta alma: a faculdade vegetativa, a sensitiva e a intelectual, defendendo que os vegetais teriam apenas a alma vegetativa, princípio elementar da vida que envolvia as funções biológicas como nutrição, crescimento e geração. Os animais irracionais possuíam a capacidade do movimento e dotados de alma sensitiva, responsável pelo movimento do corpo e pelas sensações. A respeito dessa obra, Bock (1991, 31) assinala que “Esse filósofo chegou a estudar as diferenças entre a razão, a percepção e as sensações. Esse estudo está sistematizado no Da alma que pode ser considerado o primeiro tratado em Psicologia”.
Concernente à alma sensitiva, assinala Myers (2006) que ele expôs cada um dos cinco sentidos o que diferenciava o ser humano dos demais animais por ser dotado da faculdade intelectual, ou seja, a capacidade e o desejo de conhecer. Com isso, ele caracterizou o intelecto como a faculdade de pensar e que o objeto alcançado pelos sentidos, seria reconhecido pela inteligência, significando que o ser humano possuía todas as faculdades da alma que residiam no coração, o qual possui papel importante por se encontrar centralmente posicionado no corpo, sendo responsável pela produção de calor corporal, além de ser a fonte do sangue e a origem dos vasos sanguíneos. Assim, tanto o cérebro como o coração formariam uma unidade a qual permitiria o funcionamento normal do corpo. Foi ele, ainda, quem fez considerações anatômicas da região cerebral, observando as meninges, o cerebelo, o encéfalo, entre outras.
Segundo Machado (2014), foi Aristóteles que argumentou que é a razão que controla os atos humanos e nela há o raciocínio a partir dos dados dos sentidos.
Uma das suas contribuições para a ciência psicológica, conforme Myers (2006), é o ato de recordar por meio de uma rede de associações existentes entre as experiências armazenadas pelo ser humano.
Em suma, tanto Platão quanto Aristóteles, ambos se dedicaram à especulação sobre o homem e sua interioridade.
Há que se observar que, segundo Machado (2014), com o neoplatonismo finda, mesmo oficialmente, o pensamento grego – mais ou menos no tempo da queda do império romano após doze séculos de vida – mandando Justiniano, imperador do Oriente, fechar a escola neoplatonica de Atenas (529 D.C.). Entretanto, os valores eternos de verdade, descobertos por esta tradição filosófica, que é a maior da humanidade, não podiam perecer: serão eles conservados e valorizados no pensamento cristão, bem como os grandes valores práticos, jurídicos, descobertos pela civilização romana.

A FILOSOFIA HELENISTICA - O período helenístico ou greco-romano, segundo Chauí (2002), compreende o final do séc. III A.C, até o séc. VI d. C., quando alcança Roma e o pensamento dos primeiros padres da Igreja, se ocupando a filosofia com as questões da ética do conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza, bem como de ambos com Deus.
A sistematização ocorrida com a escola sofista, segundo Padovani e Castagnola (1978), proporcionou o nascimento de escolas socráticas menores, iniciadas pelas escolas cínicas e cirenaicas que foram precursoras do estoicismo e do epicurismo, possibilitando o surgimento da Academia e do Liceu, bem como da Gnosiologia, a Cosmologia, a Teologia, a Moral, a Política e a Metafísica geral. Assim, conforme registrado por Toynbee (1975) e Joyay e Ribbeck (1980), o período helenístico tem inicio por volta de 322 A.C com a conquista da Grécia pelos macedônios. A filosofia desse período é conduzida pelos discípulos de Platão e Aristóteles. Surgem então diversas escolas, como a estoicista, a epicurista, a pirronista, entre outras.
O estoicismo, segundo Padovani e Castagnola (1978), fundado por Zenão de Citium (334-262 A.C.), dividiu a filosofia em lógica, física e ética, dando primazia à ética e unindo a vida à filosofia. Foi exatamente Zenão que deu destaque à apatia no sentido aristotélico, ao considerar sua significação como a permissão da liberdade com ausência de paixão, mesmo que quem tenha esses sentimentos seja um escravo, uma vez que para essa escola a felicidade só é alcançada por meio de uma alma disposta a ter indiferença emocional com os eventos que possam ocorrer na vida. Inclusive, merece registro que a definição estoica para a apatia é seguida até a atualidade.
A doutrina do epicurismo foi criada pelo filósofo grego Epicuro (341-270 a. C.), embasada no conceito atômico de Demócrito, defendendo que o conhecimento ocorre por meio das sensações, de modo que as informações sensoriais são apreendidas pela memória. Essa doutrina, segundo Padovani e Castagnola (1978), foi fundada com base num materialismo teórico e num ateísmo prático. Pelas observações efetuadas por Mueller (1968) e Brugger (1987), foi Epicuro quem tratou mais densamente acerca da imaginação ao designar como função filosófica o ensino da interpretação correta do domínio dos impulsos físicos, pleiteando a prática da concentração via imaginação visando o prolongamento da vida. Para esse pensador, a imaginação é a força que leva à superação dos sofrimentos e tristezas, incluindo-se a cura das enfermidades humanas.
A escola cética, segundo Gomes (2014b), impunha a dúvida radical sobre o conhecimento verdadeiro. Dessa doutrina surgiu o ceticismo metodológico reconhecido como procedimento necessário para legitimação do conhecimento, e o ceticismo universal voltado para a relatividade do conhecimento sensorial, as contradições do conhecimento a falta de critério suficiente de verdade. Essa doutrina foi desenvolvida por Sexto, o Empírico.
Padovani e Castagnola (1978) ainda acrescentam a escola eclética que se apresentou como um sistema afim ao cetisicmo, apresentando-se como síntese prática dos elementos estoicos, acadêmicos e peripatéticos.
Outras escolas, segundo Mueller (1968) aconteceram sem maiores destaques como o, a escola cínica fundada por Antístenes e a escola cirenaica ou hedonista Aristipo, entre outras.
Nesse período, conforme Cotrim (2006, p. 107) surgem pensadores como Sêneca, Cícero, Plotino e Plutarco que, “[...] dedicaram-se muito mais à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas principalmente da Grécia clássica do que criar novos caminhos para a filosofia”. Entre esses, segundo Melo e Silva (2014), o filosofo e tragediógrafo Lucius Annaeus Sêneca (4 A.C. – 65 D.C) que desenvolveu a filosofia estoica em Roma, tendo como ponto culminante a sua obra As troianas com cenas da angústia humana e da crueldade, encenando as vivências e situações humanas.
Marco Túlio Cícero (106-43 a. C.) foi influenciado pelas ideias platônicas e estoicas, que segundo Gomes (2014b), passava pelo reconhecimento do conjunto de doenças da alma (animi medicina) correspondentes à deficiência mental, a insanidade e a demência que deveriam ser curadas pela alma, considerando que a razão e a vontade são poderes inerentes à alma.
Plotino (204-270 D.C.) recebeu influências platônicas e aristotélicas, tornando-se o último filósofo de relevo da antiguidade, intermediando o pensamento cristão e grego ao defender que o ser humano pertence ao mundo dos sentidos e da inteligência, fazendo distinção entre o que é sensorial e a impressão. É considerado por Padovani e Castagnola (1978) como neoplatonista, corrente inaugurada em Alexandria do Egito por Amônio Saca, mas tida como fundada por Plotino.
Merece registro o fato de que na escola da Alexandria Ptolomaica que existiu entre o séc. III A.C., até o séc. VII D.C., vários estudos foram desenvolvidos sobre estruturas anatômicas do corpo humano, nervos cranianos, ventrículos cerebrais e o sistema vascular, realizadas por Herófilo sob a influência de Hipócrates. O seu sucessor, Erasístrato fundou a fisiologia e diferenciou os nervos sensitivos e motores. Depois deles, surgiu Cláudio Galeno no sec. II A.C., tornando-se o pai da medicina, com estudos nessa área, além da fisiologia e da anatomia, reorganizando o conhecimento médico acerca das funções mentais e do cérebro. .
Observa Bock (1991, p. 52) que “[...] falar de psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, já que, ao lado do poder econômico e político, a Igreja Católica também monopolizava o saber e, consequentemente, o estudo do psiquismo”.
Por todo exposto, é de fundamental necessidade explicitar o entendimento de Castro e Landeira-Fernandez (2011, p. 8) acerca de que o pensamento da antiguidade contribuiu sobremaneira com o desenvolvimento da Psicologia, ao consideraram que:
As propostas feitas por esses pensadores a respeito de questões centrais - relacionadas com a fonte do pensamento humano, o mecanismo da atividade cognitiva e a natureza das emoções, percepção e movimento voluntário - ainda nos fascinam e contribuem pela originalidade e pela riqueza de suas implicações, marcando de maneira fundamental o pensamento científico e filosófico da Idade Moderna.
Tal condução leva ao entendimento desenvolvido pelos autores de que a contribuição dos filósofos e médicos gregos da antiguidade possibilitaram as especulações que alicerçaram os conceitos da neurociência moderna. Além disso, destaca Chauí (2002, p. 22) que a contribuição da filosofia grega antiga também se notabilizou porque “A ideia de que nosso pensamento também opera obedecendo a leis, regras e normas universais e necessárias, segundo as quais podemos distinguir o verdadeiro do falso. Em outras palavras, a ideia de que nosso pensamento é lógica ou segue lógicas de funcionamento”. Também Myers (2006) assinala de grande importância à contribuição para a psicologia do pensamento pré-científico da Grécia antiga, que conseguiu oferecer muitas percepções duradouras sobre a natureza humana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS - Com a realização do estudo ora realizado, tomou-se conhecimento de que foi na Grécia antiga que se deram os primeiros passos acerca da psicologia, notadamente quando o ser humano passou a observar e compreender a si próprio e ao mundo.
Na verdade o termo psicologia só viria aparecer mesmo apenas no final do século XVI, mais exatamente em 1590, oriunda dos estudos filosóficos realizados desde a Grécia antiga até então. Tal fato dá-se em virtude do surgimento da Ciência por meio do filósofo inglês Francis Bacon, sendo, assim, denominada por Rudolph Goclenius, com o significado de tratado ou ciência da alma.
Contudo, o presente trabalho compreendeu o período do século 700 A.C., até às vésperas da era cristã na dominação romana. Em vista disso, faz-se necessário considerar que o nascimento da Psicologia surge desde a Grécia antiga, quando os filósofos pré-socráticos começaram as investigações filosóficas que possibilitaram a eclosão de diversos ramos científicos.
Nesse período foi possível identificar o papel da filosofia da Grécia antiga como o nascedouro para questionamentos a respeito das mais diversas atividades humanas e, especificamente, mentais, elaborando especulações sobre o funcionamento e desenvolvimento de estruturas corporais, bem com a relação do corpo com a mente ou a alma, a divisão da alma de Platão apontando para as emoções, desejos, intelecto, entre outras áreas; na medicina de Alcmeón e Hipócrates, nas investigações pré-socráticas sobre a mente e o corpo; no pensamento aristotélico que embasou o desenvolvimento da ciência psicológica; na investigação neuroanatômico de Herófilo e Erasístrato, na localização do centro das atividades e funções mentais notadamente pelo desenvolvimento das teorias cardiocentristas e cefalocentrista, a relação entre o coração e o cérebro com a alma ou mente, enfim, dos conjuntos de pensamentos que contribuíram para a neurociência e, por consequência, para a psicologia.
Há que se levar em consideração, por conclusão, que tais fatos proporcionaram a ocorrência da consolidação e autonomia da Psicologia no final do séc. XIX, por meio dos trabalhos psicofísicos de Weber, do fisiologista e psicólogo alemão Gustav Fechener, até dar-se a sua fundação por meio da criação do primeiro laboratório por Wilhelm Wundt, em 1879, em Leipzig, Alemanha, quando passou a ter a significação do estudo do organismo humano e animal, além de se voltar para os fenômenos psicológicos em sua completa variedade e complexidade, bem como da finalidade de ser capaz de efetuar as predições mais adequadas acerca desses fenômenos.
Por fim, reconhece-se que foram esses filósofos da antiguidade que se debruçaram sobre questões psicológicas como a memória, a aprendizagem, a percepção, a motivação, os sonhos e principalmente o comportamento anormal, tentando explicá-las para fazer a base do conhecimento da área na atualidade.

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* Trabalho apresentado por Luiz Alberto Machado e Luis Gustavo Barbosa Tenório para a disciplina Bases Filosóficas e Epistemológicas da Psicologia, do Centro Universitário Cesmac, ministrada pelo Prof. Álvaro Queiroz.

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