sábado, 17 de maio de 2014

INTERDIÇÃO CIVIL E INCLUSÃO SOCIAL


INTERDIÇÃO CIVIL E INCLUSÃO SOCIAL – O tema da interdição civil e da inclusão social considera a condição de capacidade e incapacidade, bem como da personalidade, do discernimento e da legitimação da capacidade, norteando-se pelos determinantes e consequências da interdição no aparato legislativo e na psiquiatria forense, para alcançar o objetivo da interdição civil mediante a inclusão social. Vale observar que a interdição civil de portadores de transtorno ou de deficiência mental é uma medida legal que tem como objetivo, a proteção da pessoa e do seu patrimônio, amparada na legislação brasileira, tendo em vista a necessidade do questionamento acerca de que todos os portadores de transtornos mentais não são absolutamente incapazes durante o tempo inteiro e que esses, sem direito a voz e voto, excluídos da  vida civil, não são capazes de discernimento notadamente quando não se encontram em seus períodos de crise. No entanto, observa-se que para obtenção desse amparo, essas pessoas são obrigatoriamente consideradas absolutamente incapazes, contrariando os ditames da medicina psiquiátrica, vez que dificilmente alguém é incapaz indiscriminadamente. Assim, da forma como atualmente se procede, é como se essas pessoas nunca tivessem um mínimo discernimento, mesmo fora dos períodos de crise. E para desenvolver um estudo acadêmico a respeito dessa temática, se faz necessário pesquisar a realidade atual e as possibilidades de soluções que possibilitem aos portadores de transtorno mental se tornarem mais úteis a si e ao próximo, incluídos realmente na sociedade e de acordo com as suas potencialidades. A definição dos objetivos se processa por meio de estudo que investigue a partir dos pressupostos da capacidade, da personalidade, da legitimação e do discernimento, as questões da incapacidade, os determinantes e as consequências da interdição civil, bem como buscar o conceito de portador de transtorno mental e portador de deficiência mental; o significado da interdição do ponto de vista jurídico, analisando a situação concreta de interdito. Utilizando-se de uma metodologia exploratória e bibliográfica, pode-se alcançar toda a dimensão que a temática exige desde que se considere cada item que envolva a interdição e a capacidade civil por meio de uma abordagem conceitual, a distinção entre personalidade, discernimento e capacidade, a legitimação e a capacidade civil, os determinantes e consequências da interdição à luz da legislação civil e penal vigentes, e a inclusão social. A seguir algumas sugestões de leitura para revisão da literatura.


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