sexta-feira, 19 de setembro de 2014

SHOPENHAUER, GRAMSCI, EDUARDO GALEANO, PAULO FREIRE, DARCI RIBEIRO & CELSO FURTADO


O ANIMAL METAPHISICUS DE ARTHUR SCHOPENHAUER (1788 – 1860) – “O homem é o único animal capaz de espanto, o único ser vivente que conhece a morte e se pergunta acerca do significado do universo e de sua própria vida”. (Arthur Schopenhauer, A necessidade metafísica).

O CORPO NA ÓTICA DE EDUARDO GALEANO – “A igreja diz: o corpo é uma culpa. A ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. O corpo diz: eu sou uma festa!” (Eduardo Galeano, Janela sobre o corpo).

ESTUDAR PARA PAULO FREIRE – “Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o escreveu. É perceber o condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. É buscar as relações entre o conteúdo em estudo e outras dimensões afins do conhecimento. Estudar é uma forma de reinventar, recriar, de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto. Desta maneira, não é possível a quem estuda, numa tal perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude critica em face dele” (Paulo Freire, Ação cultural para a liberdade e outros escritos).

O PAPEL DO INTELECTUAL PARA ANTONIO GRAMSCI - “Criar uma nova cultura não significa apenas fazer descobertas originais, significa também e, sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, socializá-las por assim dizer, transformá-las, portanto, em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar concretamente e de maneira unitária a realidade presente, é um fato filosófico bem mais importante e original do que a descoberta, por parte de um gênio filosófico de uma verdade que permaneça patrimônio de pequenos grupos intelectuais” (Antonio Gramsci)

CELSO FURTADO E A ATIVIDADE DO PESQUISADOR – “São muitas as motivações de um pesquisador. Mas o fundamental é ter confiança na própria imaginação e saber usá-la. Essa confiança significa a percepção de que se pode intuir uma realidade da qual se conhece apenas um aspecto, à semelhança do que faz um paleontólogo. O valor do trabalho do pesquisador traduz, portanto, a combinação de dois ingredientes: imaginação e coragem para arriscar na busca do incerto. Isso me leva a fazer a seguinte afirmação: a ciência é construída por aqueles que são capazes de ultrapassar certos limites que hoje são definidos pelo mundo universitário. Daí a tendência ao predomínio dos produtos enlatados que estão na base do prestigio do saber acadêmico. Por motivos que não cabe abordar agora, muitas pessoas de talento se frustram no mundo universitário”. (Celso Furtado, O capitalismo global).

A UNIVERSIDADE PARA DARCI RIBEIRO – “[...] torna-se indispensável empreender reformas estruturais que, alterando as bases físicas da vida acadêmica, provoquem a mudança da mentalidade dos universitários, capacitando-os para: 1. Desenvolver e difundir, entre docentes e alunos, uma atitude solidária para com a maioria da população incitando-os a aceitar os valores opostos aos até agora prevalentes – de competição individualista e de convivência hipócrita – derivados do caráter privatista e repressivo da velha ordem; 2. Libertar professores e estudantes dos muros da universidade, levando-os a conviver com a população lá onde ela vive e trabalha. E fazê-lo não na qualidade de observadores motivados por simples curiosidade intelectual, mas como companheiros ativos e solidários, dispostos a forcejar e ajudar com atos, mais do que com palavras, a melhora de suas condições de vida e de trabalho; 3. Incorporar a universidade à prática transformadora, através de programas de ação conjunta com os poderes públicos” (Darci Ribeiro, A universidade necessária).